segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

BASE RADICAL AMAZÔNIA

Esse é o terreno recém adquirido pela Junta de Missões Nacionais, onde, em breve, será construído o Centro de Formação Missionária da Amazônia! Também servirá como a nova base do projeto Radical Amazônia. Acompanhe também nesse vídeo um pouco do dia-a-dia de André, Karol, Patrícia, Lúcio, Jorge, Eudes e Gutembergue; integrantes da 4a. turma do projeto que estão em treinamento nesse momento. Ore por eles!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012


Vivendo uma Aventura de Verdade

“Na verdade, na verdade
vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas
se morrer, dá muito fruto. Quem
ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á
para a vida eterna”.
(João 12.24,25)

Certa vez, quando criança, estava brincando na casa da minha avó quando
encontrei um artefato mágico maravilhoso! Na verdade, não passava daqueles
araminhos que são usados para fechar pacote de pão, mas esse araminho enrolado
no meu dedo, com mais uma pitada de imaginação infantil, fez daquele simples
objeto um anel mágico que me dava superpoderes! Ele até tinha uma pontinha
saliente, onde o arame estava desencapado e me serviria muito bem para arranhar
os meus inimigos!

Foi então que, sentindo-me um super-herói de verdade, saí pelo quintal
da minha avó aniquilando vilões invisíveis com meu super-anel ‘arranhador’! De
repente, no meio da batalha, senti um forte cheiro de fumaça vindo de trás do
muro. Curioso para ver o que estava queimando no outro lado, subi no muro. Aliás, eu gostava muito de fazer isso, pois, no quintal do vizinho, havia um terreno cheio de patos e galinhas e era muito divertido ficar olhando para aqueles bichos engraçados.

Mas, naquele dia, havia um atrativo diferente; bem no canto do muro, o
vizinho havia acendido uma fogueira para queimar galhos e alguns entulhos.
Detive-me então a olhar o fogo consumindo aqueles objetos, a ouvir a madeira
estalando e a contemplar a fumaça que subia lentamente.

De repente, um forte pensamento apoderou-se de mim: e se eu jogasse o
anel no fogo? Tirei-o do meu dedo e fiquei a pensar na possibilidade. Não
queria perdê-lo! Ele tinha superpoderes e fazia de mim um super-herói! Sem ele
eu não era ninguém! Que ideia maluca era aquela que surgiu de repente?

Mas eu senti que, se jogasse o anel no fogo, encerraria aquele período
de brincadeira não como uma simples brincadeira, mas teria feito dela algo
muito real: teria vivido uma aventura de verdade!

“Uma aventura de verdade!” eu repetia isso em minha mente enquanto
segurava o anel ‘arranhador’; olhando, ora para ele, ora para o fogo. Foi então
que, com muito pesar, taquei o meu artefato mágico no fogo! Foi difícil tomar
essa atitude, mas desci do muro feliz e convicto que, naquele dia, eu vivi uma
aventura de verdade!

Apesar de ter esse episódio nitidamente gravado em minha memória,
sempre que volta a ele em minhas lembranças, não consigo entender por que jogar
o anel no fogo transformaria aquela brincadeira em uma ‘aventura de verdade’.
Qual era a relação entre essas duas coisas?

Hoje, pensando sobre esse fato, finalmente descobri a resposta;
descobri o motivo pelo qual eu achava que, jogando o anel no fogo eu teria
vivido uma aventura de verdade! Acontece que uma aventura de verdade exige
sacrifício! Minha mente simples de criança captava esse conceito com muita
facilidade nos desenhos e filmes que assistia. Mas isso passava despercebido em
minha mente de adulto.

De fato, uma pessoa não vive uma aventura se fica sentada no sofá de
frente para a televisão! Uma pessoa não vive uma aventura se vive presa a uma
rotina! Uma pessoa não vive uma aventura se está sempre cercada por objetos e
situações normais e familiares! Você consegue imaginar Indiana Jones vivendo
coisas corriqueiras em um de seus filmes? Um enredo desse com certeza não seria
chamado de ‘filme de aventura’ e, para
falar a verdade, não teria a menor graça!

Uma aventura é sinônimo de
“abrir mão de...”. Não se vive uma aventura dentro de sua zona de conforto. É
preciso abrir mão de algo bom em prol de algo melhor ou mais nobre!

Hoje ouvi o testemunho de uma missionária que trabalha junto com seu
esposo em uma tribo indígena em São Gabriel da Cachoeira. Ela tem dois filhos,
sendo que o mais novo é um bebê de um pouco mais de um ano. Ela contou que seu
bebê foi acometido por uma terrível infecção/infestação na aldeia. “Apele dele
ficou em carne viva!”, contava ela. A criança estava com muita febre e eles não
tinham o que fazer, pois estavam muito distantes de qualquer posto de saúde.
Enquanto chorava e orava, a missionária ouviu o barulho de um motor.
Imaginando que fosse um avião, orou: “Deus, bem que esse avião poderia parar
aqui na aldeia para me dar uma carona até o posto médico mais próximo!”. Logo
em seguida, alguém chegou gritando, trazendo em suas mãos um saquinho com
remédio: “Olhe, missionária! Chegou um barco e eles trouxeram o remédio para
seu filho!”. Ela mal podia acreditar! No saquinho estava o remédio que ela
precisava dar o filho! E o nome do filho ainda estava no saquinho.
“Como assim ‘para o meu filho’? Quem trouxe esse remédio?”, perguntou a
missionária intrigada, e ficou ainda mais maravilhada com a resposta. Quem
trouxe aquele remédio foi um líder da região extremamente hostil à presença dos
missionários na aldeia! Certamente ele não teria trazido o remédio se soubesse
que era para o filho dos missionários. Mas, uma enfermeira que passara pela
aldeia, sabendo que aquela criança estava doente e que precisava daquele
remédio, pediu para esse líder que o levasse até a aldeia quando passasse por
lá! E foi o que o líder fez, sem saber de que criança se tratava!
“Alegria, Alegria! Quem está doente vai se curar!” dizia, o líder
balançando o saquinho de remédio quando chegou de barco na aldeia. “Entregue
esse remédio para a criança que está precisando!”, ordenou ele à pessoa que
chegou na casa da missionária com o remédio na mão.
O cuidado de Deus foi provado não só pela provisão, mas pelo meio que
ele usou para prover a necessidade de seus filhos: usou um opositor deles para
trazer aquilo que eles tanto precisavam!
Fiquei maravilhado com essa história! E no meu íntimo eu pedia: “Deus,
quero viver coisas semelhantes! Quero ter experiências para contar! Quero viver
grandes aventuras como esses missionários!” Mas, ao mesmo tempo, percebia que
esse era um pedido perigoso, visto que, para viver experiências semelhantes, eu
teria de passar por situações semelhantes e que, convenhamos, não seriam nada
agradáveis!

Será que meus filhos teriam de passar por problemas de saúde? Seria que
minha esposa teria de sofrer? Será que eu passaria por situações de escassez?
Afinal, sem necessidade, não há provisão!

Nesse instante, senti-me novamente sobre aquele muro, segurando o anel
‘arranhador’ e olhando, ora para o fogo, ora para o anel! Jogo ou não jogo? Não
há aventura sem sacrifício! Para se viver uma aventura de verdade, é preciso
abrir mão de...

Quero que minha decisão de hoje seja a mesma que tomei quando criança!
Deus, dá-me coragem para sacrificar o meu conforto! Para que eu viva
uma aventura de verdade!

Sou radical; desafio é o meu combustível!

Quem anda de lado é caranguejo, quem anda para trás é cachorro acuado,
quem fica no lugar é barata esmagada! Os servos do Rei avançam!
Avançar sempre!